segunda-feira, 30 de maio de 2011

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Fui retomar num pensamento anterior o que te digo agora: a gente sempre caminha na incerteza.
Penso isso que vou falar aqui: nem todo caminho é tão incerto quanto esse.
E o que é lindo também dói.

Dois

Pela janela dos meus olhos
Te vejo
Tô tentando te dizer uma coisa
mas não sei como
Pela porta do meu olhar
Te admiro
Quase te contei um segredo meu
e outro nosso
Pensei ter encontrado a melhor frase
mas ela não diz tudo
Nada pode dizer
mas meus olhos podem traduzir
Nada pode falar
mas meu olhar consegue demonstrar

domingo, 29 de maio de 2011

Contínuo susto

Se perdeu no próprio pensamento
Por ele é ferida e
por causa dele, chora
O irreconhecível dentro de si mesma
É estranha perante o espelho

sábado, 21 de maio de 2011

Tentativas

      Demorei pra perceber a presença do carro de altos faróis que cegavam meus olhos claros, contraindo minhas pupilas. Agora que o entendi, quase desviei. Mas penso que talvez um possível atropelamento possa me relembrar o que é emoção.
      Demorei pra perceber a presença do carro de altos faróis que cegavam meus olhos claros, contraindo minhas pupilas. Agora que o entendi, quase desviei. Mas penso que talvez um possível choque com um veículo que corre na rua estreita mirando meu peito possa me possibilitar um súbito, rápido e assustado suspiro. Mas não.
      Demorei pra perceber a presença do carro de altos faróis que cegavam meus olhos claros, contraindo minhas pupilas. Agora que o entendi, quase desviei. Mas penso que talvez o iminente choque repentino com aquele carro me traga alguma novidade.
      Demorei pra perceber a presença do carro de altos faróis que cegavam meus olhos claros, contraindo minhas pupilas. Agora que o entendi, estou com medo. Me assustei. Desviei.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Agora

15 minutos para a próxima aula numa sala que todos olham o que eu vejo, o que eu procuro, escrevo. O anúncio de uma reunião que eu não esperava. O barulho do ônibus. O barulho da maltida reforma que não acaba. Alguém com dor de cabeça. Eu. Muita coisa pra pouca vontade.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tristeza

Camuflo os motivos por não querer falar deles
Seguro a lágrima pra não admitir
Ignoro a dor
Finjo a melhora
Me escondo no sorriso
Respiro palavras que não são ditas

sábado, 14 de maio de 2011

Tanara

Tudo tão intenso
Tanto tempo, mas tão pouco tempo
Trágico desfecho
Tensão
Imensidão
Teologia é tolice!
Tento tudo
Tento mesmo?
Tento mesmo!
Teoria é trabalho
Tanara é trânsito.
Turbulento. Mas transfigurador.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Coragem

Minha cabeça,
meu objetivo e
minha ação.
Um, dois, três.


O começo é o impedimento do começo.

Minha cabeça.
Meu objetivo.
Minha ação.
Um.
Dois.
Três.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pesar

Quando eu fui procurar o... lembrei que tinha esquecido de ir lá. Ultimamente eu só me lembro do esquecimento. Lembro do que foi esquecido por mim. O que deixei ir, embora sem querer deixar passar. O que foi. Verbo conjugado em tempo passado. Cabeça que pensa agora no momento não vivido, abandonado. Nem ao menos forjado, não. Largado. Evaporado de tanto que esperou. Sumiu porque não teve. Não houve porque não aconteceu.

domingo, 1 de maio de 2011

Interrogação

Perante a incerteza do acontecimento futuro
me preocupo, mas desfruto
tenho medo
é inseguro.