terça-feira, 12 de julho de 2011

Fragmentos de Sentidos

Cheiro de escapamento esgoto um perfume agradável um cheiro quente fedido de centro porco sujo poético imundo gordura quente na saia branca amarelada pernas de fora na sombra frio no sol quente sinal fechado freada corpos trombados encontros falas muitas distorcidas em meio a tantas outras coisas pra ver cheirar comer correr surpresa inesperadamente ocorrida em frente ao teatro música com músicos de rua com músicos de orquestra dia assim simples típico acontecimento urbano.


Cheiro de escapamento esgoto um perfume agradável um.
Cheiro quente fedido de centro porco sujo poético imundo.
Gordura quente na saia branca amarelada.
Pernas de fora na sombra frio no sol quente.
Sinal fechado freada corpos trombados.
Encontros falas muitas distorcidas em meio a tantas outras.
Coisas pra ver cheirar comer correr.
Surpresa inesperadamente ocorrida em frente ao teatro.
Música com músicos de rua com músicos de orquestra.
Dia assim simples.
Típico acontecimento urbano.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quando duas pessoas sentem a mesma coisa no mesmo momento

É difícil se manter imóvel quando a gente sabe que não precisa ser assim. E os dois tinham clareza disso. É angustiante não entrar pela porta quando ela não está chaveada. E os dois é que não a quiseram trancar. A porta estava mais que aberta, estava escancarada. Como que esperando a ocupação sentimental daquela passagem.
                E o caminho de entrada foi preenchido. Ao chegar à rua de casa ela viu alguém sentado na calçada, à espera. Não, ela não podia acreditar. Era ele! Imediatamente boca seca, rosto quente, borboletas no estômago. Ao vê-la, ele se levantou. Também visivelmente nervoso, ele nada disse. Fez sinal com as mãos de desentendimento, entortou um pouco a boca, desviou o olhar do chão. A encarou.  Olhos femininos assustados e um sorriso. Ele sorriu também. Imediatamente se abraçaram com força, muita força. Encararam-se transbordando de saudade até que suas línguas molhadas de desejo se encontraram. O beijo sincero encheu a boca dos dois. Foi um beijo longo com gosto que beijo de reencontro deve ter: gosto de boca, gosto de saliva.
                - Eu senti tanto a sua falta.
                - Eu também, eu também. Doeu muito.
                - Doeu demais.
                Os dois subiram para o apartamento dela, para o quarto dela. Jogaram as mochilas em qualquer canto. De pé se encararam novamente. Ela tirou a camiseta dele. Acariciou-lhe o peito fortemente. Era um toque com pressão de quem sabe o que quer, de quem sentiu muita saudade. Ele pôs as mãos com leveza no rosto dela deixando-as deslizar pelo pescoço, seios, barriga. Ah, ela com o cheiro dela! Sem blusa, sem sutiã. Ele admirou aqueles dois seios cheios e levemente caídos, arrepiados de tesão. Os apertou com delicadeza. Abraçaram-se novamente e mais uma vez se beijaram. Um abaixou o zíper da calça do outro e soltou os botões.
                Agora ambos estavam completamente nus, desarmados. Quando se está nu perante o outro não há o que esconder, não há por que esconder.  Nem mesmo as palavras que nunca foram ditas. Dois corpos nus e juntos são cúmplices. Nem mesmo as palavras que nunca foram ditas:
                - Eu nunca tive medo dos seus segredos, eu nunca tive receio de ficar com você. Eu nunca quis não estar com você.
                Pelados e apaixonados. Ela a olhar o corpo dele. Ele a olhar o corpo dela. Os dois se admirando mais uma vez.
                - Encosta teu corpo nu no meu.
                Entrelaçados, ela estava dentro dele e ele estava dentro dela. Excitados, eles gemeram de prazer. Apertavam-se e mordiam-se sem outra forma de conseguir exteriorizar a intensidade daquelas sensações todas que lhes tomavam a pele e o sentimento. Tesão. Intensidade. Intensidade. Intensidade. Intensidade. Foi assim até o gozo. Ápice! Gozo! Gozo! Gozo!
                Cansados, com os corpos completamente relaxados, mas abraçados.  Ofegantes eles se olharam. Sorrisos mútuos. É, depois de tanto tempo eles ainda se entendem, ainda se querem. O que mudou do fim para o novo começo é que nem ela e nem ele camuflam qualquer sentimento ou qualquer vontade. Agora eles não são sinceros só um com o outro, são sinceros para si mesmos também.

domingo, 10 de julho de 2011

Self

Eu me surpreendo comigo mesma. Eu me espanto as vezes, entendeu? EU ME espanto. Eu, que pensava estar feliz.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Expectativas

Para que isso acabe
E eu não espere por você
E não deseje te ver
Para que eu não queira te encontrar por acaso
Para que eu não busque o nosso entrelaço