terça-feira, 19 de abril de 2011

De ânsia

Ah, essa ânsia! Isso aqui que tá aqui não sei como, isso que vem não sei de onde, não sei por quê. Ah, essa ânsia! Isso que me fere e me fascina, que quero e abomino. Ah, essa ânsia! Da contradição. De ser dua. Duas. Numa, uma. Ah, essa ânsia! De falar não sei o que, não sei como. De vomitar essa reverberação. Vontade de explodir. Alguns milhões de pedaços que separados não são mais eu. São qualquer coisa que o não-eu. Só o não-eu me possibilita a negação do eu. Do... "Posso me deitar nessa chão? É só porque preciso esticar meu corpo." Com ele meu intrínseco segredo. Minha vontade de vomitar o que não quero. O que quero pra fora. Ah, essa ânsia. Se cria na expectativa e nela se fixa, se concretiza. Pra não tirar de mim. Pra não sair.

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