Depois de três anos do falecimento do meu ramister resolvi que não dava mais para ficar depressiva e solitária numa casa de 789m². Era preciso realizar algo importante. Barras de chocolate já não eram mais tão eficientes. Sim, é assim que substituo minahs relações humanas. Doei então minha mansão de Miami para uma ONG que cuida de crianças órfãs e me mudei para uma fazenda no Brasil. Lá, eu comecei a cuidar de animais silvestres em extinção. Claro que só fui ao fornecimento de pessoas e admiti a ajuda dos biólogos por não entender nada de reprodução sexual de aranhas ou habitats de pássaros pequenos e cantantes. Afinal, não estou tão necessitada de presença de pessoas. O fato é que apesar do tempo presente do verbo da frase anterior, já faz oito meses que cá estou em contato com a natureza e nada em mim mudou. Cansei. Vou transferir esse terreno para os biólogos e pesquisadores que lotam esse lugar e vou para a Índia. Fui. É difícil meditar, encontrar a paz interior, essas coisas, sem poder dormir num travesseiro de penas de ganso. Ao menos consegui superar a perda do leilão de um vaso da Renascença Francesa por causa de um maldito infarto da mãe do meu motorista. Depois dessa também, foi despedido. Não dá pra trabalhar com alta periculosidade. O fato é: cansei da Índia também. Será que há lugar no mundo que consiga me fazer feliz? Repleta, realizada, íntegra, inteira, sensível, simples, chique, refinada e autêntica? Enquanto passo noites em claro a pensar nesses tormentos me renovo a cada quinze dias com pequenas comprar nas ruas romanas.
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