Não sei se são meus sentidos, mas o alarme do prédio demorou mais pra começar a tocar depois que entrei pela porta de vidro. Quando percebi, foleava páginas em branco do meu caderno naquela aula que tinha acabado há pouco. Já não aguentava mais olhar pro professor cansado e pra colega chata com cara de conteúdo. É... quando vi, meu amigo quis saber pra onde eu estava olhando. Mas eu não olhava lugar nenhum. O filme se passava na minha cabeça. E eu pensava na cabeça, na tristeza, na moleza, na fraqueza, na esperteza (que não tenho), na desdenha na senha!!! A maldita senha que esqueci. Cartão bloqueado. Bolso furado. Coração despedaçado.
Menina de vermelho com as maçãs do rosto coradas, fivela no cabelo, permitindo que alguns fios corressem soltos pela pele clara. As cores vivas em contraste com a alma doente.
ResponderExcluirAinda havia alguns resquícios de suspiro. Algo que te permite ser curiosa o suficiente para permanecer atenta aos próximos capítulos da longa novela.
Pequena chama refletida no espelho de gelo, ao som dos pratos da bateria mal afinada da Santos Andrade, segue querendo brilhar. Um abraço, um afago para que permaneça viva, fugaz.